2006 - 2010
A resolução do Conselho de Ministros nº2/2006, de 6 de janeiro, fixou os objetivos e princípios orientadores para restruturação da Casa Pia de Lisboa, determinando 5 áreas prioritárias:
a)Recentração da CPL nas suas missões essenciais;
b)Desmassificação e restituição da escala humana à instituição;
c)Qualificação da gestão e dos profissionais;
d)Adoção e qualificação do modelo do ensino profissional e reforço da formação em alternância;
e)Ajustamento do modelo institucional aos desafios de futuro.
Tais desígnios foram desenvolvidos através de uma Comissão Instaladora, composta por um Presidente, Joaquina Madeira, e quatro vogais, sendo que Catalina Pestana exercia em simultâneo as funções de Provedor e vogal. Esta Comissão adaptou o resultado final do relatório do Conselho Técnico Científico à modernização da CPL, nomeadamente prosseguindo a política de desmassificação das respostas de acolhimento e a substituição dos lares “intra-muros” por unidades integradas na comunidade, promovendo o recrutamento e a qualificação dos trabalhadores e reativando a admissão de crianças em perigo, suspensa desde o início do processo Casa Pia.
Tendo as crianças e os jovens no centro de toda a atividade, foi definido um novo modelo socioeducativo para a instituição relativamente ao desenvolvimento das respostas sociais, educativas e formativas, assente em percursos de aprendizagem inclusivos e tendo em consideração:
a)O acolhimento como transitório e o retorno ao meio familiar no centro da intervenção institucional;
b)A escolaridade prolongada;
c)A formação inicial qualificante de dupla certificação, no âmbito da legislação nacional;
d)A relevância da formação com educandos surdos e surdocegos.
Foram, ainda, introduzidos novos modelos pedagógicos nos diversos ciclos e níveis de ensino, criando-se o ensino integrado da música no ensino regular.
Na reestruturação operada pela nova Lei Orgânica e Estatutos, a CPL abriu-se à sociedade civil, designadamente entidades parceiras e instituições casapianas, os quais foram chamados a participar nos seus diversos órgãos – Conselho Institucional e Conselhos Sócio Educativos dos CED.
Apostando numa gestão democrática, o Conselho Diretivo promoveu uma ampla participação dos colaboradores no processo de reestruturação da instituição, criando as condições de organização que permitiram a definição e a implementação de uma gestão orientada por processos, contribuindo de forma estruturada para a reafirmação da CPL e preparando-a para desafios futuros.